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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Zé Roberto, um dos grandes nomes do hipismo brasileiro, abre o jogo

Bicampeão sênior top 2007/2008 e campeão sênior 2008 do ranking da Confederação Paulista de Hipismo (CBH), o ginete paulista José Roberto Reynoso Fernandez Fº, filho do lendário cavaleiro Alfinete, comemora sucesso em pista e na vida pessoal.
Já na abertura da temporada 2008, Zé Roberto, 29, um dos mais competitivos ginetes em atividade no Brasil, venceu cinco das seis provas principais, conquistando ainda, entre outras classificações, a 2ª e 1ª colocação nos dois mini-GPs ao longo das duas semanas de competição do 21º Torneio de Verão no Clube Hípico de Santo Amaro (SP).
Zé Roberto com Catango de Joter Sanol Dog Protécnica, animal com o qual o cavaleiro garantiu três vitórias no Torneio de Verão 2009; foto: Stella Nanni











Hélio Pessoa, course-designer internacional que armou as pistas na primeira semana do tradicional torneio santamarense, não poupou elogios ao desempenho do cavaleiro. “Fora de série! Para mim hoje ele é um dos bons cavaleiros aqui no Brasil. Ele corre sem fazer uma loucura, dentro do risco limitado. O resultado tem sido muito bom. Sempre que eu venho aqui ele está ganhando. Em 2008, lá no Serra e Mar ele ganhou as provas, no Brasileiro também ganhou no primeiro dia e ficou em 2º empatado com outros e agora aqui em Santo Amaro também. A meu ver, o Zé Roberto também é um cavaleiro top a nível internacional.”










José Roberto ao lado de sua esposa Caru, do course-designer internacional Hélio Pessoa, Manuela Reynoso e Dinho com o BH Quarup, com o qual o cavaleiro venceu o GP da 1ª Etapa do Torneio de Verão; foto: Duílio / Tupa
Em entrevista exclusiva ao site da FPH concedida em 8/3, no Clube Hípico de Santo Amaro, o bicampeão do ranking brasileiro sênior top 2007/2008 como de costume dedicou suas conquistas ao seu pai, agradeceu seus patrocinadores e aos proprietários de suas montarias. O bem-sucedido cavaleiro também revelou detalhes sobre seu sistema de trabalho, ressaltando também a importância de realizar seletivas para formação das principais equipes do Brasil em território nacional. Confira!
FPH Você fechou o ano de 2008 como campeão sênior e bicampeão comconsecutivo sênior top no ranking CBH – com boa vantagem de pontos em ambas as categorias. Comente um pouco sobre como você se sente, em especial, quanto ao bicampeonato sênior top.
José Roberto Reynoso Fernandez Fº Antes de tudo, tenho que falar dos proprietários dos cavalos do Haras Agromen, Haras Joter, o Francisco José Mari, o Kiko, que me apoiaram dando cavalo para montar, poder trabalhar e ter o fruto desse trabalho. Também agradeço muito o apoio da Protécnica e da Sanol Dog, meus patrocinadores. Perante a temporada 2008 não tenho do que me queixar. Eu gostaria que todos os meus anos continuassem sendo assim, então vamos torcer ..!
FPH Você já começou a temporada 2009 com grandes vitórias. Quais foram os cavalos?
José Roberto Esse ano graças a Deus começamos bem e ganhamos os três dias de prova nesse primeiro final de semana do Torneio de Verão. Os cavalos saltaram bem e alguns ainda não voltaram de férias. Saltei o Catango, do Haras Joter, Roquefort JMen, do Haras do Agromen, Quarup, da minha irmã e o Jumping Verdi que também é do Haras Joter.
FPH - Ao longo dos últimos anos temos acompanhando a evolução da égua BH Gina JMen que vem se destacando com você desde as categorias de cavalos novos e estreou com sucesso na série forte em 2008. Quais as suas expectativas com ela?
Zé Roberto A Gina JMen está tirando o embrião e volta ao trabalho ainda em fevereiro. Ela é uma égua que agora tem 10 anos e eu acredito muito nela, pois isso eu acho que temos que levá-la com um pouco mais de cautela esse ano para poupá-la e talvez chegar no ano do Pan-americano no auge.
Zé Roberto com a espetacular égua BH Gina JMen Sanol Dog Protécnica em clique no The Best Jump 2008; crédito: Emerson Emerim
FPH Além da Gina JMen, quais os cavalos em que você aposta para as principais provas?
José Roberto Acho que a Gina JMen e o Catango de Joter são dois cavalos que eu posso contar realmente e tentar as seletivas para integrar uma equipe brasileira. Tem pelo mais dois cavalos Agromen que eu também acho que podem chegar: o Accorannus JMen e Laeken JMen.
Accorannus JMen Sanol Dog Protécnica com Zé Roberto em clique na Sociedade Hípica Brasileira; crédito: Alexandre Vidal
Laeken JMen Sanol Dog Protécnica também é uma das grandes apostas do cavaleiro bicampeão brasileiro do ranking sênior top; foto arquivo: Emerson Emerim
FPH Também foram muitas as suas vitórias com o BH Long Neck HV que esteve um tempo afastado das pistas. Como ele está?
José Roberto O Long Neck teve uma torção no último Aniversário da Santo Amaro, mas já está super bem! Graças a deus como estou com todos esses outros cavalos para saltar, estou podendo fazer o trabalho de retorno dele seguindo à risca o que a veterinária pediu.
Zé Roberto com o BH Long Neck HV Sanol Dog Protécnica no CSI5* AOIHS 2007 quando garantiu uma sensacional vitória na prova Hyundai Challenge; crédito: Alexandre Vidal
Como conto com diversos animais de concurso, eu posso ter essa conduta com qualquer um deles hoje, pois eu acho que às vezes o melhor resultado de um tratamento é o tempo. Então se o veterinário diz que é um mês para você voltar a ter o cavalo, se pudermos dar dois meses a ele, fazer um bom condicionamento, depois mais um mês de trabalho, acho que o cavalo vai ganhar com isso.
Agora se eu não tivesse com outros cavalos, talvez o retorno seria mais rápido, porque também preciso estar nas provas. Mas estou várias montarias e acredito que todos muito bons. (na semana seguinte à essa entrevista, Long Neck retornou às pistas com uma sensacional vitória no mini-GP da 2ª Etapa do Torneio de Verão)

Retorno nota 10 Após quase meio ano sem competir, Long Neck HV retornou às pistas com uma vitória no mini-GP em 14/3; foto: C.May

FPH Independentemente de possíveis contusões, um período de descanso entre um concurso e outro sempre pode ser importante. De que forma você conduziu isso na conquista do campeonato sênior e bicampeonato sênior top no ranking da CBH?
José Roberto Eu acho que uma das vantagens do ranking, por exemplo, foi que sempre pude levar um time de cavalos fresco aos concursos. Nenhuma vez eu exagerei de pegar 3, 4 concursos seguidos, sempre busquei intercalar um pouco na escolha dos cavalos. A Dra. Priscila Azevedo (veterinária) que cuida da maioria dos meus cavalos está sempre junto, a gente bate um papo para ver qual o melhor concurso para cada cavalo. Procuro fazer isso com todos os veterinários, porque são eles que conhecem melhor a parte física do cavalo.
FPH Além do rodízio com os cavalos já formados, também é preciso ter calma para o melhor desenvolvimento dos cavalos novos. Como você trabalha isso?
José Roberto Eu acho que na rotina de trabalho do dia-a-dia é preciso ter um pouco de calma para subir a altura da prova dos cavalos e também saber escolher o concurso para isso. Mesmo depois que o cavalo já chegou lá, às vezes, é importante você dar uma intercalada: um dia entrar em uma prova mais baixa para dar um refresco e o cavalo ver que ele não entra na pista toda vez só para o maior esforço. É importante que os cavalos estejam frescos e tenham prazer em saltar.
FPH Quantas vezes por semana você costuma saltar um animal que já está em prova?
José Roberto Depende. No caso da Gina, Catango, Accorannus – que são cavalos que vão de um concurso pra o outro - só trabalham e saltam no evento. Quando tem um espaço de tempo maior entre um concurso e outro, de repente fazemos uma ginástica um dia, um ou outro saltinho, só para não deixar chegar no concurso e correr o risco de ter uma dor muscular. Agora se os cavalos estão bem, quanto menos a gente saltar e deixar só para prova, melhor é!
FPH Você também está dando aulas?
José Roberto Sim, estou com alguns alunos. Com eles eu também procuro ter a mesma conduta de progressão que com os cavalos, porque uma vez que você sobe de categoria quer poder mantê-la e não ter que regredir novamente.
FPH Você pensa em passar uma temporada na Europa?
José Roberto Tenho conversado sobre isso algumas vezes e sinto vontade de fazer uma temporada na Europa. Eu não tenho vontade de morar lá, mas de ir fazer um giro de concursos por um, dois meses e voltar ao Brasil.
Mas acho que em 2009 ainda não devo ir, talvez ano em 2010, um ano pré- Pan-americano ou mesmo no início de 2011, ano do Pan. Devo conversar com os proprietários dos cavalos sobre isso.
FPH Então em 2009 qual a sua principal meta? Vai buscar o tricampeonato consecutivo do ranking?
José Roberto Esse ano quero ficar de novo no Brasil, saltar todos os concursos que for possível, trabalhar e tentar fazer um ano igual ao de 2008 que foi excelente. Quanto ao tri, seria ótimo, vamos ver se a gente consegue..
FPH Você está vivendo sucesso na pista e sucesso na vida pessoal. Comenta um pouquinho sobre o novo herdeiro na sua família.
José Roberto Em 26 de janeiro, nasceu meu segundo filho com minha esposa Caru. Agora temos um casal: Giovana e José Roberto Tardelli Reynoso Fernandez.
Carolina Tardelli Fernandez, a Caru, com Giovana, primogênita do casal e grande fã do papai campeão; foto: C.May
José Roberto Todas as minhas vitórias são sempre para o meu pai porque foi ele que sempre me incentivou a fazer tudo. Então qualquer vitória que eu tenha, às vezes em uma prova de 1metro: é pra ele, ou em um GP: é pra ele também. A vida inteira vai ser pra ele!
José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, considerado um dos maiores cavaleiros brasileiros de todos os tempos, em clique espetacular na Copa Chevrolet no Clube Hípico de Santo Amaro; foto: acervo pessoal
FPH Mesmo com toda a sua experiência e conquistas, você sente que ainda está evoluindo?
José Roberto Quando a gente monta bons cavalos, acho que vamos conseguindo nos aprimorar um pouquinho mais. Porque quanto mais quieto a gente conseguir ficar em cima do cavalo, quanto menos atrapalhar ele e mais ficar no equilíbrio, melhor é! Às vezes quando você vai saltar e se abana, achando que tira uma falta ou outra, logo depois alguma hora vem o problema.
FPH Quais as suas expectativas para a nova gestão da CBH?
José Roberto Eu gostaria que a Confederação desse sequência ao trabalho de fazer seletivas no Brasil para formação das principais equipes do Brasil. Acho que isso foi muito positivo na gestão anterior, uma grande vantagem para a gente – cavaleiros que montam no Brasil – terem ido a um Pan-americano como foi o caso do Cesinha (Almeida) e da Camila (Benedicto) que foi o melhor resultado brasileiro nas Olimpíadas.
Agora o Vitor (Teixeira) vai para Copa do Mundo e o Cesinha ou Pepê (Muylaert) também estão habilitados. Agora acho que isso é prova do trabalho de tudo mundo – dos cavaleiros, armadores e dirigentes – e isso tudo a gente tem agradecer e a Confederação precisa continuar apoiando e melhorando esse processo. Deu para ver que aqui no Brasil não estamos totalmente mortos e, também, no caminho certo. O nível das provas na Europa / Exterior pode ser maior, mas aqui no Brasil também podemos evoluir e dar continuidade a esse trabalho.
FPH Para a gente finalizar deixe uma mensagem primeiro para quem está começando no hipismo e depois para toda a comunidade.
José Roberto Eu acho que quem está começando tem que aproveitar porque o hipismo é um esporte maravilhoso e nos acrescenta em tudo na vida. Além de montar, respeitar o animal, você aprende a lidar com todos os tipos de pessoas - desde o tratador, o ferrador a empresários e proprietários de cavalos muito bem-sucedidos. Precisamos respeitar todos eles, todos têm um trabalho importante.
Já para todos que estão aí nas pistas, acho que é preciso ter um objetivo, trabalhar, querer e buscar. As coisas não batem sozinhas à porta, é preciso correr atrás!
Fonte e entrevista: Country Press – Carola May

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